Gás natural e a indústria

Por Luiz Gonzaga Bertelli  (vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e diretor da Fiesp-Ciesp)
Com o novo aumento das tarifas do gás natural, ficou inviável economicamente o consumo do combustível para alguns consumidores industriais, notadamente do setor têxtil, cerâmica e vidros. O energético, distribuído pela Comgás, foi reajustado em 6%, no final de maio. Quanto aos usuários da empresa Gás Natural São Paulo Sul (GNSPS) pagarão menos 2,2% e 2,9%, a partir de 31 de maio de 2013.

Para as residências, o reajuste será de 6,5% para os consumidores domésticos, que recebem o gás da Comgás e entre 2,5% e 4,2% aos usuários da Gás Natural. A correção dos preços é disciplinada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), a fim de corrigir os índices inflacionários (IGPM) dos derradeiros 12 meses.

Os grandes consumidores de gás natural do País reclamam dos critérios adotados pela ARSESP e falta de transparência nos reajustes. Para a associação classista, que congrega tais organizações, as tarifas de gás natural já foram majoradas, desde o mês de maio do ano passado, em torno de 30%.

Em contrapartida, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo esclarece que os reajustes havidos decorrem dos contratos celebrados, quando da concessão estadual dos serviços públicos de fornecimento do gás natural, prevista na Constituição do estado paulista. Nos dias vigentes, metade de todo o gás natural comercializado é proveniente da Bolívia e a outra metade é extraída de poços nacionais, entregue pela Petrobras para as empresas de gás canalizado.

Diante dos altos preços do gás natural vigentes no Brasil, as indústrias grandes consumidoras do insumo energético estão perdendo a sua competitividade nos seus produtos com as similares estrangeiras, eis que o gás natural na nossa nação é faturado com valores cinco vezes maiores que nos Estados Unidos. No “ranking” da competitividade industrial, entre 2010 e 2013, o Brasil caiu da 38ª posição para 51º posto, entre os 60 países avaliados.

Em decorrência dos propagados benefícios do gás de xisto (shale gas) no grande País americano, estão sendo desenvolvidos no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Petrobras análises sobre a província gasifera da Bacia do Paraná, onde poderia existir um volume considerável desse tipo de energético, a ser incluído na Matriz Energética pátria. Atualmente, o gás natural participa com 7,2% do Balanço Energético Nacional.

Enquanto isto não suceder, a indústria nacional continuará pagando entre US$ 12 e US$ 16 por milhão de BTU (medida internacional), correspondendo a cerca de cinco vezes mais que o preço do gás de xisto norte-americano.

Para alguns analistas, a indústria brasileira, usuária do gás natural, está ficando cada vez menos competitiva, especialmente diante dos preços dos energéticos, que já podem chegar até 35% do custo do produto final.

Recentemente, o leilão de petróleo e gás natural registrou investimentos previstos da ordem de R$ 7 bilhões. Isso poderá significar um novo alento na produção desses combustíveis estratégicos para o desenvolvimento da economia do País, inclusive na extração do gás de xisto, se comprovada a sua viabilidade e dominada a sua tecnologia.

FONTE http://www.sindigas.com.br/Noticia/Interna.aspx?id=6766

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