Flexibilização Comercial e Queda de Preços: A Estratégia da Principal Supridora no Mercado de Gás Natural

Por Cid Tomanik

A partir de 1º de agosto, o preço médio cobrado pela Petrobras para a molécula de gás natural vendida às distribuidoras terá uma redução de 14%. A queda intensifica a trajetória de baixa nos preços do gás natural no Brasil, que, desde dezembro de 2022, acumula uma redução de 32% para os clientes do mercado cativo, podendo ultrapassar 40% para clientes industriais inseridos no ambiente livre.

Além dos efeitos do câmbio e da cotação do petróleo, a queda nos preços tem sido atribuída a uma série de iniciativas adotadas pela principal supridora nacional, com o objetivo de oferecer melhores condições comerciais às distribuidoras e aos consumidores que migraram para o mercado livre, passando a adquirir gás diretamente de fornecedores.

Na perspectiva institucional apresentada, a empresa demonstra empenho em assegurar condições competitivas para o mercado interno, contribuindo para o desenvolvimento do setor de gás natural e da atividade industrial que depende dessa fonte energética.

Entre as ações recentes, destaca-se o início da operação da maior unidade de processamento de gás natural do país, com capacidade de até 21 milhões de metros cúbicos por dia, além da implantação de nova infraestrutura de escoamento no Complexo de Energias Boaventura, capaz de movimentar até 18 milhões de metros cúbicos por dia.

Desde 2023, consumidores têm acesso a opções contratuais com diferentes prazos, indexadores, pontos de entrega e início de fornecimento. Em outubro de 2024, foram oferecidas às distribuidoras 48 possibilidades distintas de customização nas condições comerciais, proporcionando mais flexibilidade para que cada concessionária componha um portfólio alinhado às especificidades de sua área de atuação.

Em maio de 2024, foi lançado um mecanismo de “prêmio por performance”, com potencial de reduzir os preços dos contratos vigentes em até 10%, de acordo com o perfil de portfólio e os volumes efetivamente movimentados por cada cliente.

Ainda no mesmo ano, foi aprovado um incentivo adicional à demanda, vinculado à referência do Brent, permitindo que o valor pago pelo consumidor diminua proporcionalmente ao aumento do consumo. Essa estrutura pode resultar em preços entre US$ 6 e US$ 7 por MMBTU — níveis inferiores aos praticados em países importadores.

Como reflexo dessas medidas, o segundo trimestre de 2025 registrou crescimento superior a 240% no número de consumidores no mercado livre, que passou a movimentar aproximadamente 6 milhões de metros cúbicos diários, com preços ainda mais competitivos.

O discurso institucional reforça o compromisso da companhia com o fortalecimento de um mercado aberto, competitivo e sustentável, apoiado na ampliação da oferta nacional, no crescimento da produção offshore de baixo carbono e na entrada de novos projetos, tanto próprios quanto em parceria.

A narrativa, construída sob a liderança da atual gestão da empresa, aponta para um posicionamento estratégico alinhado aos objetivos de expansão do mercado de gás natural no Brasil.

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